sexta-feira, 20 de maio de 2011

A FAMÍLIA LOUREIRO
Chico Loureiro tinha uma oficina de conserto de veículos, a primeira e mais antiga de Russas, situada na Rua Cel. Araújo Lima, quase defronte ao mercado público, este construído em 1904, pelo intendente Francisco Honorato Rodrigues Lima. A segunda, era a do Mestre Irineu, na Rua Padre Raul Vieira, perto da padaria do João Rufino. Na oficina de Chico Loureiro, há mais de meio século, existia um moderno torno mecânico, uma espécie de máquina-ferramenta que confeccionava e fazia acabamento em peças de todos os tipos, os mais diversos, que para tal manuseio só mesmo profissional altamente especializado para usar aquele tipo de equipamento de precisão. Que com tamanha prática e tecnologia atraia serviço mecânico de carros de todo vale Jaguaribano. Se quebrasse uma peça, Chico Loureiro, como torneiro mecânico de civilização hodierna, e com aquela máquina de ferramenta fazia outra idêntica ou similar. Para quem sempre foi aureolado de imenso prestígio pela arte que exercia a família de Chico Loureiro com seus filhos: Juari, Jandi, João, Valmor, e a ex-vereadora e ex-primeira dama Margarida Loureiro, aqui ressalto pelo alto grau de inteligência. Muitos empreenderam o mesmo ofício com vasto conhecimento, e mais além, destaco ao célebre e genial comandante da VASP, Juari de Oliveira Loureiro, laureado piloto de avião que arvorou a glória de Russas pelos céus do mundo inteiro. E tristemente, a Heracias Bezerra e ao Mudo, filho adotivo de Chico Loureiro, que residia em uma casa na antiga Rua Siqueira Campos, que ao findar o trabalho na oficina, costumeiramente, sujos de óleo e gasolina, dirigiam-se para tomar banho naquela residência, quando ao anoitecer, lá chegando, o Mudo acendeu a lamparina e o fogo assomou de encontro aos corpos dos adolescentes, levando a óbito o Mudo e ao seu amigo Heracias, queimaduras de primeiro grau, deixando-o com moléstias respiratórias para o resto de sua vida. Como também, ao incomparável e saudosista finado Valmor, com a mais legítima conquista ao valor indescritível ao trabalho adquirido do talentoso pai. E, ainda, inesquecivelmente, a quem desafiou a curiosidade dos russanos, celebrizando-se como a fantástica figura do extraordinário João Loureiro, experiente mecânico de motocicleta que participava de corrida de rally e fazia malabarismo pelas ruas de Russas, pilotando deitado de lado que ninguém via o piloto em cima de seu motor Índia ou Ralliday. Como também com toda perícia de suas estripulias, de braços abertos ficava de pé ou de costa em cima da motocicleta que desenvolvia alta velocidade. O mais incrível e pitoresco era que guiava o motor deitado na lateral, imitando, assim como cavalgavam os índios nos selvagens cavalos mustangs. Além de mecânico Chico Loureiro era o nosso meteorologista, pois, no quintal de sua residência, montou um cata-vento de doze metros de altura e ao despertar para a sua primeira ação subia na escada para observar as nuvens, e à noite, em sua calçada, relatava às pessoas que o visitava, que em breve cairia um temporal. Apesar de poucas instruções era um gênio criativo. Inventou um avião monomotor que só fez percorrer e rodar a Praça Monsenhor João Luiz, acompanhado da garotada, como Lenine Perdigão, Walter Coe e o radialista Didi Marreiro e outros. Essa família merece louvor, tanto pelo talento como pela arte do velho Chico Loureiro, que era um bom pai de família, e excepcional exemplo de pessoa humana.

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